O diplomata panamenho Juan Carlos Monterrey, representante na COP30 e vice-presidente do Bureau da conferência climática da ONU, criticou o Brasil pelo alto custo de hospedagem em Belém, sede do evento marcado para novembro. Em reunião do Bureau, ele afirmou que a situação inviabiliza a participação de delegações e pode levar à mudança de local da conferência. Segundo Monterrey, os preços chegam a ser até quatro vezes maiores que o subsídio pago pela ONU, além de exigir pagamentos imediatos e não reembolsáveis.

Na última semana, a ONU pediu ao governo brasileiro que subsidiasse acomodações, mas a solicitação foi recusada. A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, declarou que não há como custear diárias para representantes estrangeiros e sugeriu que a própria ONU aumente os valores já oferecidos.

O impasse tem gerado pressão internacional. Mais de 20 negociadores já haviam alertado o Planalto sobre os preços abusivos e cogitado transferir a COP30 para outro país. Casos extremos foram registrados em Belém, como a cobrança de R$ 1,5 milhão por 11 dias em um apartamento simples.